COMO DEVE SER A ALIMENTAÇÃO
DE UM PACIENTE COM CÂNCER NA REGIÃO DA CABEÇA E PESCOÇO?
Em geral a terapia padrão para o tratamento do câncer na região de cabeça e
pescoço consiste em cirurgia e/ou radioterapia para lesões precoces
e terapia combinada com quimioterapia para lesões avançadas. Todas
as modalidades de tratamento, incluindo a cirurgia, radioterapia e
quimioterapia podem afetar o estado nutricional.
Os pacientes com câncer de cabeça e pescoço têm um risco de
desnutrição aumentado por várias razões, tais como: hábitos
alimentares inadequados associados com consumo excessivo de álcool e
tabaco freqüentemente observados entre estes pacientes. Além disso,
a localização do tumor provoca disfagia (dificuldade de deglutição),
odinofagia (dor para engolir), trismo (dificuldade de abertura da
boca) e alterações do paladar, resultando em uma diminuição da
ingestão alimentar. A evidente perda nutricional nestes pacientes
reduz a tolerância ao tratamento. Portanto, a alimentação vai
depender de com qual consistência o paciente consegue se alimentar.
Se apresentar dificuldade ou dor para engolir, a alimentação a
deverá ser de consistência mais pastosa ou liquidificada,
distribuída em 6 a 8 refeições ao dia e deve-se utilizar um
suplemento nutricional oral caso as necessidades nutricionais
diárias não sejam atingidas. Se não conseguir tolerar a alimentação
via oral e apresentar perda de peso, ou após grandes cirurgias, é
importante tentar uma outra via de alimentação através de uma sonda
nasoenteral ou gastrostomia.
O tratamento de radioterapia na região de cabeça e pescoço pode
causar alguns efeitos colaterais agudos como diminuição da saliva (xerostomia),
alteração do paladar (disgeusia), mucosite, dor para engolir (odinofagia),
dificuldade de deglutição (disfagia) e trismo (dificuldade de
abertura da boca), que se não forem tratados podem levar à perda de
peso e várias conseqüências nutricionais importantes.
O primeiro passo é procurar ofertar o maior número de refeições ao
paciente conforme a tolerância; ingerir pequenas quantidades de
líquidos freqüentemente; oferecer preparações mais úmidas e
pastosas; enriquecer a alimentação com leite em pó, creme de leite,
etc. Se possível, utilize um suplemento nutricional específico caso
não consiga atingir suas necessidades diárias e venha perdendo peso;
avalie com seu médico e/ou dentista a necessidade de saliva
artificial. Alguns pacientes relatam que os doces de forma geral
provocam mais secura na boca, se esse for o caso, evite por um
período. Os pacientes podem freqüentemente apresentar perda de peso
significante durante o tratamento, acarretando diminuição da
qualidade de vida, da sobrevida e da tolerância ao tratamento. Por
esses motivos é muito importante ser acompanhado por um
nutricionista, para que a alimentação seja adaptada as suas
necessidades. Se estiver perdendo peso, procure um nutricionista e
avise o seu médico.
Material Elaborado por:
Tatiana Oliveira -
Nutricionista, Mestre e Especialista em Nutrição em Oncologia
Para saber mais acesse o site
www.nutrionco.com.br |