VISÃO GERAL DO TRATAMENTO DO
TUMOR PRIMÁRIO E DO PESCOÇO
O objetivo do tratamento do câncer da cabeça e pescoço é maximizar o
controle loco-regional e a sobrevivência com mínimo dano funcional.
As principais funções que devem ser consideradas quando se planeja o
tratamento é a deglutição, a respiração e a fala.
O câncer da cabeça e pescoço deve ser conduzido por especialistas
que formam um time multidisciplinar. Este time inclui:
→ Cirurgião de cabeça e pescoço (especialista em câncer)
→ Patologista
→ Radiologista
→ Oncologista clínico
→ Dentista
→ Nutricionista
→ Enfermeira
→ Clínico geral
→ Fonoaudiólogo
→ Psicólogo
→ Assistente Social
→ Fisioterapeuta
→ Cirurgião Bucomaxilo facial
→ Cirurgião Plástico (cirurgia reparadora)
a) tratamento do tumor primário
1) ESCOLHA DO TRATAMENTO LOCOREGIONAL
Existem poucas evidências de qualidade que auxiliam na escolha do
tratamento ótimo para cada sub sítio. Um grande número de relatos de
séries de casos relata o controle local, taxas de morbidade e
sobrevida associadas com cirurgia e/ou radioterapia, mas estas
evidências não são suficientes para sustentar uma clara recomendação
da melhor modalidade para tratar o tumor primário em cada sub sítio.
A cirurgia deve ser o tratamento de escolha se o tumor primário
puder ser ressecado com margem de segurança apropriada sem resultar
em dano funcional incapacitante. Dada a falta de evidências ideais,
a escolha do tratamento deve contemplar:
→ Ressecabilidade
→ O provável resultado funcional
→ Condições clínicas gerais do paciente
→ Escolha do paciente
b) tratamento do pescoço
1) LINFONODOS CERVICAIS
São usados 6 níveis para descrever a anatomia topográfica do
pescoço.
1. Nível I: IA linfonodos submentonianos; IIB submandibulares
2. Nível II: linfonodos jugulo-carotídeos altos (IIA sub digástricos
e IIB posteriores ao XI par craniano)
3. Nível III: linfonodos jugulo-carotídeos médios
4. Nível IV: linfonodos jugulo-carotídeos baixos
5. Nível V: linfonodos do triangulo posterior
6. Nível VI: linfonodos do compartimento central do pescoço
Exame clínico-radiológico é incapaz de detectar doença microscópica
em linfonodos. Grandes séries retrospectivas relataram a incidência
de metástases encontradas ao exame histológico do espécime cirúrgico
após esvaziamentos cervicais radicais com pescoço clinicamente
negativo.
O risco de metástase oculta em linfonodos clinicamente negativos
pode ser usado para guiar o clínico quando indicar tratamento
profilático do pescoço. Assim, aos pacientes com pescoço
clinicamente N0, com mais de 20% de risco de metástase oculta deve
ser oferecido tratamento eletivo do pescoço, seja através de
cirurgia (esvaziamento cervical radical modificado ou seletivo) ou
por radioterapia externa. Para pacientes com pescoço positivo sempre
indicado o esvaziamento cervical apropriado.
Status linfonodal no pescoço clinicamente negativo depois de
cirurgia eletiva, todos estádios
T. SUBSITIO |
% DE METÁSTASES RELATADAS
EM ESVAZIAMENTOS PROFILATICOS |
CAVIDADE
BUCAL |
> 20% |
GLOTE
|
0-15% |
SUPRAGLOTE |
8-30% |
OROFARINGE |
>50% |
HIPOFARINGE |
>50% |
|