CARCINOMA EPIDERMÓIDE DA
OROFARINGE
Localizações e sub-localizações anatômicas
1. Parede anterior (área glosso-epiglótica)
(i) Base da língua (posterior às papilas valadas ou terço posterior)
2. Parede lateral
(i) Tonsila
(ii) Loja tonsilar e pilar tonsilar
(iii) Prega glosso palatina (pilares tonsilares)
3. Parede posterior
4. Parede superior
(i) Superfície inferior do palato mole
(ii) Úvula
1. CLASSIFICAÇÃO DOS SUB SÍTIOS ANATÔMICOS – CID 10
C01 - NEOPLASIA MALIGNA DE BASE DE LÍNGUA
C05 - NEOPLASIA MALIGNA DE PALATO
C05.1 - Palato mole
C05.2 – Úvula
C09 - NEOPLASIA MALIGNA DA TONSILA
C09.0 - Fossa tonsilar
C09.1 - Pilar tonsilar (anterior) (posterior)
C09.8 - Lesão invasiva da tonsila
C09.9 - Tonsila, não especificada
C10 - NEOPLASIA MALIGNA DA OROFARINGE
C10.0 – Valécula
C10.1 - Face anterior da epiglote
C10.2 - Parede lateral da orofaringe
C10.3 - Parede posterior da orofaringe
C10.8 - Lesão invasiva da orofaringe
C10.9 - Orofaringe, não especificada
2. CLASSIFICAÇÃO TNM - TNM AJC-UICC, 2009
T - Tumor Primário
TX - O tumor primário não pode ser avaliado
T0 - Não há evidência de tumor primário
Tis - Carcinoma in situ
T1 - Tumor com 2 cm ou menos em sua maior dimensão
T2 - Tumor com mais de 2 cm até 4 cm em sua maior dimensão
T3 - Tumor com mais de 4 cm em sua maior dimensão
T4a - Tumor que invade qualquer das seguintes estruturas: laringe,
músculos profundos/extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso,
palatoglosso e estiloglosso), pterigóide medial, palato duro e
mandíbula.
T4b - Tumor que invade qualquer das seguintes estruturas: músculo
pterigóide lateral, lâminas pterigóides, nasofaringe lateral, base
do crânio ou adjacentes a
artéria carótida.
N - Linfonodos Regionais
NX - Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
N0 - Ausência de metástase em linfonodos regionais
N1 - Metástase em um único linfonodo homolateral, com 3 cm ou menos
em sua maior dimensão.
N2 - Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm,
porém não mais de 6 cm em sua maior dimensão, ou em linfonodos
homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior
dimensão, ou em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum
deles com mais de 6 cm em sua maior dimensão.
N2a - Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm
até 6 cm em sua maior dimensão
N2b - Metástase em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles
com mais de 6 cm em sua maior dimensão
N2c - Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum
deles com mais de 6 cm em sua maior dimensão
N3 - Metástase em linfonodo com mais de 6 cm em sua maior dimensão
Nota: Os linfonodos de linha média são considerados linfonodos
homolaterais.
M - Metástase a Distância
MX - A presença de metástase a distância não pode ser avaliada
M0 - Ausência de metástase a distância
M1 - Metástase a distância
Grupamento por Estádios
Estádio 0 - Tis N0 M0
Estádio I - T1 N0 M0
Estádio II - T2 N0 M0
Estádio III - T1, T2 N1 M0,
T3 N0, N1 M0
Estádio IVA - T1, T2, T3 N2 M0,
T4a N0, N1, N2 M0
Estádio IVB - T4b Qualquer N M0,
Qualquer T N3 M0
Estádio IVC - Qualquer T Qualquer N M1
3. AVALIAÇÃO PRÉ TRATAMENTO
À primeira consulta os pacientes com tumor de orofaringe serão
submetidos à seguinte rotina:
1) EXAME LOCO-REGIONAL
2) BIÓPSIA (revisão de lâmina caso biópsia externa) / PESQUISA HPV
(recomendável)
3) TOMOGRAFIA PESCOÇO com contraste
4) RADIOGRAFIA SIMPLES DE TÓRAX
5) ROTINA SANGUE (incluindo pré-albumina / albumina / proteína C
reativa)
6) TOMOGRAFIA TÓRAX (para casos com EC IV e/ou alteração à
radiografia simples)
7) AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO
8) ESTOMATOLOGIA
9) AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
10) SERVIÇO SOCIAL
11) PSICOLOGIA
4. DIRETRIZES DO TRATAMENTO
1. Parede Posterior
T1: Ressecção da lesão via natural
T2-T3: Ressecção da lesão via natural ou faringotomia ou via
mandibulotomia.
T4a-T4b: Radioterapia e quimioterapia concomitantes. Avaliar
resposta após 4500 cGy, se não houver resposta indicar cirurgia para
casos selecionados.
NOTA: Se o tratamento for cirúrgico, esvaziar o espaço retrofaríngeo
durante a ressecção do tumor primário(maior do que T2). A indicação
do esvaziamento cervical é de necessidade, ou seja, na presença de
linfonodo clinicamente palpável
2. Base de Língua
T1-2,N0-1: ressecção lesão + esvaziamento cervical ipsilateral ou
bilateral para casos selecionados.
T3-4a,N0-1: Quimio/Radioterapia concomitantes, se doença residual →
resgate cirúrgico.
qT,N2-3: Ressecção + esvaziamento cervical bilateral + reconstrução,
se indicado.
T4bqN ou N+ irressecável: Radioterapia e quimioterapia
concomitantes. Avaliar resposta após 4500 cGy . Se não houver
resposta indicar cirurgia para casos selecionados.
NOTA: No pescoço clinicamente positivo e a lesão ultrapassar a linha
média, esvaziamento seletivo (níveis I, II e III) contralateral.
3. Tonsila Palatina
T1: Ressecção via natural.
T2: Ressecção da lesão via natural ou via mandibulotomia e
esvaziamento cervical seletivo (níveis I, II, III) no pescoço N0
ipsilateral ou esvaziamento radical modificado no pescoço
clinicamente N+.
T3 e T4a: bucofaringectomia via natural ou via mandibulotomia,
associada à mandibulectomia marginal caso necessário. Nos casos com
envolvimento ósseo maciço mandibulectomia segmentar e reconstrução
da mandíbula com placa de titânio. Operação do tipo retro molar
somente nos casos em que não for possível a manutenção de parte do
ramo ascendente da mandíbula (esvaziamento seletivo dos níveis I, II
e III no pescoço clinicamente N0 e esvaziamento cervical radical
modificado no pescoço clinicamente N+).
T4bqN ou N+ irressecável: Radioterapia e quimioterapia
concomitantes. Avaliar resposta após 4500 cGy, se não houver
resposta indicar cirurgia para casos selecionados.
4. Palato mole
T1: Ressecção da lesão
T2: ressecção da lesão + esvaziamento cervical seletivo (níveis I,
II, III) no pescoço N0 e esvaziamento cervical radical modificado no
pescoço N+, bilateralmente.
T3-T4a: Bucofaringectomia + esvaziamento seletivo (níveis I, II,
III) no pescoço N0 e esvaziamento cervical radical modificado no
pescoço N+, bilateralmente.
T4bqN ou N+ irressecável: Radioterapia e Quimioterapia
concomitantes. Avaliar resposta após 4500 cGy. Se não houver
resposta indicar cirurgia para casos selecionados.
NOTA: Recortar as margens do leito operatório para exame
histopatológico em separado, após a retirada da peça.
TRATAMENTO COMPLEMENTAR
→ Radio-quimioterapia (sítio primário): casos de margens
(recortadas) positivas ao exame histopatológico, lesões T4,
infiltração perineural presente.
→ Radio-quimioterapia (campos de drenagem cervical): casos em que o
exame histopatológico evidenciar pN+, exceto aqueles pN1 sem ruptura
capsular microscópica na primeira estação de drenagem com até 2 cm.
SEGUIMENTO AMBULATORIAL
1. Reabilitação fonoaudiológica e/ou protética: Revisão ambulatorial
logo após a alta hospitalar.
2. Retorno mensal nos primeiros dezoito meses de pós-operatório.
Trimestral até o quinto ano e semestral ou anual após.
3. Solicitar radiografia de tórax anualmente ou aos mínimos sintomas
de anormalidades pulmonares.
4. Acesso facilitado ao ambulatório, fora dos horários ordinários
agendados, caso manifestem-se quaisquer sintomas potencialmente
associados à recorrência tumoral.
5. Avaliação nutricional, psicológica e do serviço social pré
tratamento e seguimento ambulatorial regular pós tratamento.
6. Testes de função tireóidea um mês após o término do tratamento,
seis meses após e então anualmente nos casos submetidos à
radioterapia no pescoço.
NOTA: Em todos os casos submetidos à radioterapia e quimioterapia,
realização de exame de imagem (CT pescoço) e fibrolaringoscopia após
30 dias de término do tratamento Nos casos com suspeita de recidiva:
Biópsia para confirmação diagnóstica: fibrolaringoscopia,
laringoscopia direta Nos casos de persistência da suspeita de
recidiva com biópsia (-): 1.CT 2.RNM 3.FDG- PET- CT |